segunda-feira, 31 de outubro de 2016

CONCURSO DE FOTOGRAFIAS "OUTONO NO VALE DO ALVA"

"OUTONO NO VALE DO ALVA"
É o nome do concurso de fotografia que o jornal Letras do Alva está a levar a efeito durante todo o mês de Novembro.

O objectivo principal é promover o Vale do Alva através do despertar dos sentidos de cada um de nós por de trás da objectiva de uma câmara. Valorizar a arte fotográfica enquanto meio privilegiado e multifacetado de comunicação. Dar a conhecer o património natural do território do Vale do Alva.

Haverá prémios para as 3 melhores fotografias. A melhor fará a contracapa da edição do jornal do mês de dezembro e os prémios serão entregues durante o jantar de natal do jornal LETRAS DO ALVA.
TODAS AS FOTOGRAFIAS FARÃO PARTE DE UMA EXPOSIÇÃO que irá decorrer em vários locais da região do Vale do Alva.
Publicamos TODO o regulamento do concurso.

Para mais informações contactar: letrasdoalva@gmail.com


(clique para ampliar)

terça-feira, 25 de outubro de 2016

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Estrada Municipal 514 vai ser alvo de intervenção por parte da Câmara Mu...





Os 4,9 kms que unem as localidades de Torroselo e Sandomil e os Concelhos de Seia e Oliveira do Hospital através da Estrada Municipal 514 vão ser melhorados muito brevemente.
A informação foi transmitida por Filipe Camelo, Presidente do Município de Seia, que informa que desta forma os 2 Milhões de euros que a Endesa vai compensar o Município de Seia por não concluírem a barragem de Girabolhos serão canalizados para o arranjo desta estrada municipal 514 que como se sabe foi inaugurada em 1928 e desde então nunca teve qualquer obra de requalificação. Passados 88 anos a Estrada Municipal 514 vai finalmente ser alvo de intervenção por parte da Câmara Municipal de Seia. 
As populações servidas pela EM 514 aguardam a todo o momento o início das obras.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Bispo da Guarda celebra Missa em Torroselo dia 22 de Agosto

D. Manuel Felicio, Bispo da Guarda celebra Missa evocativa ao Pe. António Alves de Campos na próxima 2.ª feira dia 22 pelas 19h30 na Igreja Matriz de Torroselo.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Jornal LETRAS DO ALVA nas "bancas" na próxima semana

Capa da edição especial aniversário do jornal Letras do Alva a chegar aos assinantes no inicio da próxima semana. 

Além do grande destaque do aniversário do jornal temos um artigo EXCLUSIVO do Sr. Bispo da Guarda D. Manuel Felicio que escreve sobre o tema "Importância da imprensa escrita em meios rurais". São 16 páginas com muitas noticias de Torroselo, Folhadosa, Vila Cova, Seia e muito mais. Temos entrevista exclusiva com os nossos "sponsors" Anporgest, muitas fotografias das caminhadas e muito, muito mais noticias e opiniões para ver e ler já na próxima semana no conforto da sua casa. Já sabe PARA RECEBER O JORNAL basta enviar o seu nome e morada completa para o email: letrasdoalva@gmail.com

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Leia aqui o "nosso" contributo entregue hoje na Comissão Parlamentar de Cultura,Comunicação, Juventude e Desporto

A nossa colaboradora Ana Maria Baptista entregou hoje na Assembleia da República à Presidente da Comissão Parlamentar de Cultura,Comunicação, Juventude e Desporto, um contributo à reflexão e um exemplar da ultima edição do jornal.
Publicamos aqui o contributo entregue:

"Exmos. Senhores,
Represento, nesta audição, o jornal local “Letras do Alva” sediado em Torroselo, concelho de Seia, distrito da Guarda. Estou aqui para vos trazer o nosso contributo a esta reflexão. Somos um jornal pequeno, mas a vontade é grande.

Como todos os jornais locais e regionais, o “Letras do Alva” pode ser visto como um complemento aos media nacionais, como um instrumento de maior proximidade, com um papel muito importante junto das nossas comunidades no estrangeiro.
São muitas as dificuldades que sentimos. Mas acendemos esta chama e não a vamos deixar apagar. Face a uma reduzida dimensão do mercado em que operamos, os classificados são um investimento fundamental também para nós. A crise veio agravar factores que são conjunturais nas micro-empresas e o investimento em publicidade é cada vez mais baixo.
O apoio do Estado é muito importante. Não, não queremos subsidiodependência, queremos apoio para impulsionar o desenvolvimento das nossas terras. O papel dos jornais locais também é o de serviço público, faz sentido que as instituições públicas utilizem estes órgãos para comunicar com proximidade, por exemplo através de publicidade institucional ou obrigatória.
Temos grandes oportunidades pela frente. Um dos grandes desafios deste século recai sobre estilos de vida locais, noticias locais, negócios locais. No local onde se encontram as pessoas.
Estamos orientados para nichos de mercado, tratamos a informação nacional numa perspectiva local. Recorremos à colaboração graciosa. Incentivamos a interactividade com os leitores.
Precisamos de novos circuitos de publicidade, de formação, de novos canais de distribuição.
Letras do Alva, pelo desenvolvimento das nossas terras, pelo direito à informação."

segunda-feira, 30 de maio de 2016

O jornal "Letras do Alva" vai marcar presença na Comissão Parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto que se vai realizar, no dia 1 de junho no Auditório do Novo Edifício da Assembleia da República

O jornal "Letras do Alva" do qual tenho a honra de ser Director e de ter como Director-Adjunto o Tiago Domingues, vai marcar presença na Comissão Parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto que se vai realizar, no dia 1 de junho de 2016, a partir das 09h30, no Auditório do Novo Edifício da Assembleia da República, uma Audição Parlamentar subordinada ao tema “Os Novos Desafios da Comunicação Social”. O Jornal "Letras do Alva" vai marcar presença sendo que para o efeito destacou a nossa colaboradora Ana Maria Baptista, que além de ser Coordenadora do Gabinete de Apoio ao Presidente da Câmara de Lisboa é também uma especialista em questões de comunicação social nomeadamente em comunicação e relações públicas. O debate entre os participantes pressupõe intervenções livres mas também intervenções dos representantes dos Grupos Parlamentares. A sessão de encerramento caberá a Edite Estrela, Presidente da Comissão de Cultura Comunicação, Juventude e Desporto que foi quem dirigiu o convite ao jornal.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Letras do Alva. FECHO DE EDIÇÃO é a 15 de Maio.

Divulgue as festas e eventos da sua terra.
Envie-nos os seus artigos de opinião sobre assuntos da sua terra.
Envie-nos noticias da sua terra.
FECHO DE EDIÇÃO é a 15 de Maio.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

FESTA DE S, BENTO 2017

Como manda a tradição os mordomos da festa de S. Bento do ano anterior nomeiam os mordomos da festa do ano seguinte. Publicamos desde já o nome dos mordomos para 2017. 
Brevemente e porque ainda se apuram as contas da festa deste ano para juntar ao saldo dos anos anteriores, publicaremos aqui o resultado liquido para conhecimento de todos.
Aos mordomos de 2017 desejamos muita saúde assim como aos que este ano deram o melhor de si em prol da tradição.

quinta-feira, 31 de março de 2016

Morreu Fernando Mendes. Natural de Torroselo. Mendes tinha 78 anos

Antigo treinador do Sporting tinha 78 anos. O antigo jogador e treinador do Sporting faleceu nesta quinta-feira no Hospital Pulido Valido, vítima de doença prolongada.
Natural de Torroselo, no concelho de Seia, Mendes tinha 78 anos e enquanto jogador representou a equipa principal dos leões desde 1956/1957 até 1967/1968. O antigo médio realizou 225 jogos e venceu vários títulos, dos quais se destacam três campeonatos nacionais, uma edição da Taça de Portugal e uma Taça das Taças, o único troféu europeu dos leões.
Foi Mendes quem ergueu o troféu, como capitão da equipa. Além do conjunto de Alvalade, representou o Atlético, somando ainda 21 internacionalizações pela seleção nacional. Em 1966, chegou a fazer parte dos eleitos para o Mundial de Inglaterra mas devido a uma grave lesão no joelho direito acabou por não participar na prova. Contudo, não deixou de apoiar a turma das quinas, tendo feito parte da comitiva dos Magriços, com Eusébio como figura de proa, que alcançou o terceiro lugar em solo inglês. Depois de pendurar as chuteiras, continuou ligado ao Sporting, treinando a equipa que venceu o título nacional na temporada 1979/1980. Além do conjunto verde e branco, treinou o Lusitânia de Lourosa, Vianense, Marítimo, Belenenses, Farense e Trofense. No Restelo, Fernando Mendes iniciou a temporada 1983/1984, tendo sido depois substituído pelo inglês Jimmy Melia, numa época em que o clube da Cruz de Cristo se sagrou campeão da 2.ª Liga. Em 1992/1993 liderou a equipa de juniores do Sporting que venceu o campeonato nacional da categoria. A última vez que esteve no banco foi em 2000/2001, quando substitui Augusto Inácio na época seguinte a este ter sido campeão, tendo orientado a equipa em sete jogos antes de ser substituído por outra glória dos leões, Manuel Fernandes. O velório da glória leonina terá lugar nesta sexta-feira, às 16 horas, na Igreja São João de Deus, em Lisboa. O funeral está marcado para sábado, às 16 horas, no Cemitério dos Olivais.

segunda-feira, 28 de março de 2016

canal MEO 807311

Veja 3 videos da Procissão da Ressurreição em Torroselo na sua televisão. 
Para o efeito carregue na tecla verde do comando MEO e marque o canal 807 311.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Uma "má" noticia para a nossa região.Socialista João Galamba diz que não há dinheiro para concluir o IC6 e o IC7.

O deputado João Galamba afastou qualquer possibilidade do IC6 e IC7 avançarem nos próximos tempos. O membro do Partido Socialista, que falava numa sessão de apresentação do Orçamento de Estado para 2016 realizada em Oliveira do Hospital, esclareceu que neste momento não existe um “dinheiro para obras rodoviárias”. João Galamba disse mesmo que, antes de se deslocar a Oliveira do Hospital, teve o cuidado de perguntar ao Ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, Pedro Marques, o que poderia dizer às pessoas sobre as infra-estruturas rodoviárias da região. “A resposta foi nada”, sublinhou. 
Fonte: Correio da Beira Serra

terça-feira, 15 de março de 2016

Programa da festa de S. Bento 2016

Festa de S. Bento realiza-se nos dias 25,26,27 e 28 de Março.

Publicamos desde já o Programa completo.

Namorada de Marcelo Rebelo de Sousa na primeira pessoa. A forte ligação de Rita Amaral Cabral a Lagos da Beira

Seis anos mais nova do que Marcelo, Rita Maria Lagos do Amaral Cabral nasceu a 21 de Março de 1954. É a mais velha dos quatro filhos de Maria Elisabeth da Silva Lagos e de Joaquim Emílio do Amaral Cabral. Não admira que a família não apreciasse a originalidade da relação com Marcelo. Os dois filhos homens, João Paulo e Manuel Gonçalo, casaram com duas filhas do empresário José Manuel de Mello (Rita pertence ao conselho de ética do Grupo Mello Saúde). Maria da Luz, a filha mais nova, casaria com um primo afastado: o empresário Miguel Pais do Amaral (conde de Anadia), de quem viria a separar-se recentemente.

Uma herdeira milionária
Lagos de um lado e Amaral Cabral do outro, Rita é riquíssima da parte Lagos e fidalga – mas apenas rica – da parte Amaral Cabral. As duas famílias são de Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra, onde se mantêm as propriedades e a casa agrícola familiar de que Rita é uma das sócias e gerentes. Ainda há quem se lembre de a ver por lá a montar a cavalo nas férias de Verão. É um daqueles casos em que a nobreza se junta ao dinheiro novo. Entre os Cabrais há toda uma linhagem de advogados e juristas. Joaquim Emílio, o pai, formou-se em Direito em Coimbra, assim como o avô Aníbal, que chegou a ser assistente na mesma universidade.
Um tio-avô chamado Armando Amaral Cabral ascendeu a juiz do Supremo Tribunal de Justiça durante a ditadura. Teve outras figuras curiosas na família: Alberto Madureira, tio paterno, foi um ferrenho nazi. Ofereceu-se para médico de Hitler, foi condecorado pela Alemanha nazi, e voluntariou-se para a frente russa.
A parte maior da fortuna – de que foi herdeira parcial – foi acumulada pelo avô João Rodrigues Lagos e pelo seu irmão Manuel. Eram de Lagos da Beira, no concelho de Oliveira do Hospital, e ficaram ricos com o volfrâmio que Salazar vendia aos dois lados do conflito durante a II Guerra Mundial. A seguir, investiram na Companhia dos Algodões de Moçambique. Era um monopólio protegido. Todo o algodão produzido no território devia ser vendido à firma de que o grupo Espírito Santo também era sócio. As relações com a família Espírito Santo são antigas e prolongam-se até ao presente. Rita Amaral Cabral é uma das melhores amigas de Maria João Salgado, mulher de Ricardo Salgado. "A minha mãe já era amiga dos pais da Rita", diz à SÁBADO Mary Salgado, irmã do ex-presidente do BES.
Rita era uma jovem "séria, sisuda", recorda um amigo de infância, "sempre muito bem arranjadinha e bastante reservada". Continuou discreta pela vida fora. Na faculdade, recorda o colega de turma Ricardo Sá Fernandes, mantinha o perfil: "Muito boa aluna, muito inteligente, muito educada, acessível e discreta." E sem actividade política. Paulo Portas, parente afastado (via família Sacadura Cabral) e antigo aluno de Rita Amaral Cabral a Direito das Obrigações na Universidade Católica, recorda: "Excelente professora, inteligente, segura e didáctica." Sofia Galvão, advogada e ex-dirigente do PSD: "Foi minha professora em 1985/86 e era irrepreensível. Os alunos gostavam dela e respeitavam-na. Quando dei aulas era a pessoa que tinha como modelo. Até há quem diga que nunca entregou o doutoramento por excesso de perfeccionismo." Nuno Morais Sarmento, ex-ministro e dirigente do PSD, foi outro antigo aluno na Católica: "Era uma pessoa aberta, que interagia bem connosco, de sorriso fácil, mas ao mesmo tempo com um lado fechado e duro."
Apesar de avessa a olhares públicos, ocupou lugares com alguma relevância. Primeiro como membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, indicada pela Ordem dos Advogados (entre 2003 e 2008), quando o bastonário era José Miguel Júdice. Depois, a partir de 2012 e até ao colapso do banco em 2014, foi administradora não executiva do Banco Espírito Santo. Era íntima da família Salgado. Aliás, são vários os amigos que dizem à SÁBADO que Marcelo estreitou as relações com Ricardo Salgado exactamente através de Rita Amaral Cabral. Passaram férias várias vezes com Ricardo e Maria João no Tivoli Eco Resort que pertencia ao Grupo Espírito Santo, em Txai, na Baía. Pelo menos em 2009 e 2011 foi lá que comemoraram a passagem de ano.
Alugavam barcos na Turquia, embora cada um pagasse os seus. Marcelo dirige­-se a Ricardo Salgado por tu – travaram conhecimento ainda jovens – mas trata Rita por você.
A advogada, da Amaral Cabral & Associados, tinha assento em vários órgãos do extinto BES. Pertencia ao Conselho de Administração como administradora não executiva, onde ganhava uma média anual de 42 mil euros, como em 2013, segundo o relatório e contas do banco. Fazia ainda parte da Comissão de Governo da Sociedade, onde era suposto garantir que não havia conflitos de interesses nas decisões, assim como deveria emitir opinião sobre "princípios e práticas de conduta". Também integrava a Comissão de Operações e Partes Relacionadas, ou seja, fazia parte das suas incumbências acompanhar a relação do BES com as empresas do Grupo Espírito Santo, por exemplo.
No dia 13 de Julho de 2014, quando o império se desmoronou e Ricardo Salgado participou na última reunião do conselho de administração, Rita Amaral Cabral fez questão de propor um voto de louvor, que consta da acta a que a SÁBADO teve acesso: "A senhora drª Rita Amaral Cabral tomou seguidamente a palavra para realçar a honra que constituiu integrar o conselho de administração do BES", manifestando uma "honra acrescida em ter tido como presidente da comissão executiva o senhor dr. Ricardo Salgado".
Na sequência da resolução do banco, Rita Amaral Cabral pôs um dos 19 processos contra o Banco de Portugal devido à decisão de separar o BES em banco bom e banco mau. "É uma pessoa hipercontrolada, inteligente, mas que nunca emitia uma opinião sem antes perceber como se desenvolvia a correlação de forças", diz um antigo administrador. Falava pouco. Não deixava transparecer qualquer intimidade que tivesse com Salgado. Quando começaram os problemas "não mudou a atitude". Mesmo quando toda a gente percebeu que o banco ia acabar, "ninguém fez o mínimo comentário", garante a mesma fonte. Rita Amaral Cabral incluída.
Numa entrevista de pré-campanha ao Expresso, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu-a: "O facto de a Rita ter exercido funções de gestão no BES não me cria qualquer embaraço. Em primeiro lugar, considero-a uma pessoa de honestidade, rigor e transparência a toda a prova. Em segundo, não há qualquer processo que a envolva. Terceiro, como é próprio de uma sociedade democrática e culta, as nossas vidas profissionais e patrimoniais são separadas."
Também era administradora não executiva da Semapa (grupo industrial na área dos cimentos, energia e pasta de papel), da Cimigest e da Sodim, tudo empresas do grupo liderado por Pedro Queirós Pereira, que entrou em conflito com Ricardo Salgado. Do lado da cimenteira, ficou a percepção de que Rita teria tido um papel na estratégia de Maude Queirós Pereira – que era casada com João Lagos, um dos melhores amigos de Marcelo – contra o irmão Pedro Queirós Pereira, para passar o controlo do grupo para a família Espírito Santo. "Foi uma peça fundamental por ser próxima da Maudezinha", diz uma fonte ligada a Queirós Pereira. Se ficasse maioritário na Semapa, Ricardo Salgado poderia eventualmente conseguir consolidar as contas e tapar os prejuízos da Rioforte.
Sempre dentro e sempre fora da política
Rita Amaral Cabral poderia ter iniciado uma carreira política que nunca quis ter quando Francisco Pinto Balsemão chamou Marcelo para secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, em 1981. Ele precisava de um ajudante. A primeira pessoa a ser sondada para o lugar de subsecretária de Estado foi Rita Amaral Cabral. A ex-aluna e namorada, recusou. A escolha recaiu em Luísa Antas, de 25 anos, outra jovem antiga aluna.
Em Junho de 1982, Balsemão remodelou o Governo. Marcelo tinha pedido para sair. No dia em que foi a São Bento despedir-se, pediu a Rita Amaral Cabral para o ir buscar, pois ia deixar de ter motorista. Segundo a versão de Marcelo Rebelo de Sousa, quando ele saiu da residência oficial, um funcionário chamou-o.
Afinal Balsemão queria voltar a falar com ele. Nascimento Rodrigues recusara o lugar de ministro adjunto e não havia tempo para procurar outro. Tinha de ser Marcelo. Em vez de sair, ficou como ministro dos Assuntos Parlamentares. Quando entrou no carro, Rita perguntou: "Finalmente livres?" Nada disso. "Não. Agora sou ministro." Ela empertigou-se: "Está a brincar comigo?... Então combinámos que saía…" A explicação não era, de facto, muito convincente.
Embora tenha sempre preferido a sombra às luzes da ribalta, Rita Amaral Cabral seguiu de muito perto a vida política de Marcelo Rebelo de Sousa. Em 1985, no mítico congresso da Figueira da Foz, ele estava preparado para chegar a líder. Mas acabou por ser a tendência por ele liderada, a Nova Esperança, a dar a vitória a Cavaco Silva. No fim do congresso, Marcelo partilhava as suas angústias com a namorada ao auscultador de um telefone fixo: "Rita, vamos ter este homem 10 anos como primeiro-ministro e 10 como Presidente da República." Ela não estava a ver o filme: "Ó Marcelo, você está perturbado..." Não estava.
Em 1988 a jurista ganhou uma bolsa para fazer uma investigação na área do Direito em Munique. Passou lá três anos. Nesse período, Marcelo viajava para a Alemanha quase de 15 em 15 dias e aproveitava as bibliotecas alemãs – falam ambos alemão – para preparar as suas provas académicas de agregação. Ela estudava Direito Privado. Ele aprofundava os conhecimentos em Direito Público. Mas também procurava inspiração. Foi em Munique que teve notícia de que Walter Momper, o burgomestre social-democrata de Berlim, mergulhara com toda a sua equipa nas águas geladas de um rio em defesa do ambiente. Plagiou a ideia para a aplicar como candidato às eleições autárquicas para a câmara de Lisboa em 1989. Aqui nasceu o famoso mergulho no Tejo poluído. Ela achou que era uma ideia de doidos e a iniciativa eleitoral mais famosa da democracia portuguesa foi decidida com Rita a protestar pelo telefone: "Mas quem é que lhe vende essas ideias? Isso é uma loucura..."
O regresso a Lisboa aconteceu em 1991. Mantiveram o estilo de vida: juntos, mas separados. A queda do cavaquismo teve influência na vida de ambos. Nogueira sucedeu a Cavaco e Marcelo sucedeu a Nogueira, em 1996. Tal como não apareceu agora na campanha para Belém, Rita não acompanhou Marcelo no primeiro congresso da sua liderança, em Santa Maria da Feira. Começou a dar a cara com maior frequência em 1998, no congresso de Tavira. Quando os barrosistas desertaram do núcleo duro de Marcelo por causa da Alternativa Democrática com Paulo Portas, Rita reagiu com mais emoção do que o seu racionalismo poderia sugerir.
Quando se trata de Marcelo, perde a racionalidade, diz um amigo. Num dos camarins ocupados pelo líder, ela dirigiu-se a Nuno Morais Sarmento: "Consigo não tenho problema nenhum, porque foi claro e disse o que tinha a dizer frontalmente, mas ao Zé Luís [Arnaut] não perdoo..."
Embora distante, esteve sempre presente. Foi ela que contou pelo telefone a Marcelo, que estava em Roma, o que Paulo Portas ia dizendo numa entrevista que acabaria por matar a aliança pré-eleitoral com o PSD. Foi ela que disse aos amigos que não valia a pena tentar demovê-lo, porque ele estava mesmo decidido a demitir-se da liderança do partido. Nesse dia fatídico, em que Marcelo caiu e Portas ficou, jantaram juntos no Visconde da Luz, em Cascais. Encontraram Daniel Proença de Carvalho com a mulher numa mesa e juntaram-se ao casal.
Fonte : Revista Sábado

sábado, 5 de março de 2016

OBRIGADO Miguel Batista

Esta edição do jornal Letras do Alva que chegou aos nossos assinantes na 5.ª e 6.ª feira está a ter várias reacções. Há quem diga inclusivé que se trata da "melhor" edição até agora. Todos os temas, a entrevista, o direito de resposta, o correio do leitor, as noticias, os artigos de opinião estão a ser alvo das melhores criticas dada a relevância dos temas. Hoje mesmo de madrugada recebemos este CARTOON elaborado pelo nosso amigo, assinante e leitor Miguel Batista que esteve na origem do jornal ao elaborar o Lead, e que, irá participar em próximas edições precisamente com o cartoon do letras do alva, uma nova rubrica que aí vem. 
Ao Miguel o nosso muito obrigado e parabéns pelo cartoon.

sexta-feira, 4 de março de 2016

Marcelo Rebelo de Sousa marca presença na festa do queijo em Oliveira do Hospital

Marcelo Rebelo de Sousa vai estar em Oliveira do Hospital na tarde de sábado, dia 5 de Março. O Presidente da República eleito, vai ser recebido no Salão Nobre da Câmara Municipal às 15h00, visitando depois a Feira do Queijo. 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A neve vista de Torroselo

As primeiras fotografias da encosta da Serra que se avista de Torroselo numa altura em que começa de novo a nevar aqui (17h42min). Podem publicar as fotos noutros jornais locais sem referir a fonte e sem autorização. Nós não nos importamos. Haja saúde.









capa da próxima edição do jornal a sair na próxima semana


E aí está a capa da próxima edição do jornal a sair na próxima semana. Quem quiser assinar o jornal e recebê-lo comodamente em casa, no País ou no estrangeiro, é favor enviarem-nos um email com a vossa morada para: letrasdoalva@gmail.com

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Procuram-se familiares de José Maria dos Santos, nascido em 08/12/1892 em Torrozelo

Procuram-se familiares de José Maria dos Santos, nascido em 08/12/1892 em Torrozelo, freguesia de Seia, diocese e distrito de Guarda. Filiação: José Mendes dos Santos e Maria Abília dos Santos
A nossa colaboradora Ana Maria Baptista recebeu este pedido de procura de familiares em Torroselo, enviado pelo Sr. Américo Santos Magalhães. A quem puder dar pistas ou conheça a família em causa poderá enviar-nos as informações para o nosso email: letrasdoalva@gmail.com.

“Meu nome é Américo Santos Magalhães, sou residente no Rio de Janeiro, Brasil. Tenho descendência portuguesa, por parte de meu avô materno. Desejo obter a cidadania portuguesa, mas não consigo encontrar o documento de registro do meu avô. Já procurei no site da Torre do Tombo sem sucesso. Estou tentando agora fazer contato via facebook, para ver se alguém poderia me dar uma ideia, ou mesmo me ajudar, de como chegar a esse documento. Desde já agradeço a sua atenção e me coloco a sua disposição do que necessitar aqui no Brasil. Os dados dele são: Nome: José Maria dos Santos nascido em 08/12/1892 em Torrozelo, freguesia de Seia, diocese e distrito de Guarda. Filiação: José Mendes dos Santos e Maria Abília dos Santos."

"Meu endereço de e-mail para contato é - amagam.br@gmail.com”

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

ENTREVISTA COM...José Luis Baptista, para ler na próxima edição do jornal LETRAS DO ALVA

A Banda Torroselense Estrela D´Alva tem novo Presidente, novos órgãos sociais e novo regente desde o passado mês de Novembro. Hoje, Letras do Alva teve a oportunidade de entrevistar José Luis Baptista o recém-eleito Presidente da Banda que nos falou sobre o presente e o futuro da colectividade. Toda a entrevista pode ser lida na próxima edição do jornal na versão de papel a sair brevemente. Para receber o jornal comodamente em sua casa basta enviar um email com a sua morada para: letrasdoalva@gmail.com

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Reporter cidadão

O cidadão é o reporter.
Participe nesta rubrica enviando as suas fotografias, as suas noticias, as suas reportagens que nós publicamos.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Cheias no rio alva

Veja toda a força do rio alva, rio Seia, ribeira da caniça e rio cobral em várias localidades através do facebook do jornal LETRAS DO ALVA. A forte chuva já fez estragos em estradas em Vila Cova. Veja as fotografias e videos enviadas pelos nossos leitores a partir da Lapa dos Dinheiros, Várzea de Meruge, Ponte de Jugais, Senhora do Desterro, Vila Cova, Sandomil, Avô...
Também fotos exclusivas do rio Seia na Ponte de Santiago.

VEJA AQUI: 
https://www.facebook.com/letrasdoalva

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Banda Torroselense Estrela D´Alva comemorou 108 anos de vida

Reportagem especial sobre as comemorações para ler na edição especial de Fevereiro do jornal Letras do Alva a sair na 3.ª semana do corrente mês.
Destaque também para a GRANDE ENTREVISTA com o novo Presidente da Banda Torroselense Estrela D´Alva, José Luis Baptista.


ASSINE O JORNAL enviando um email com a sua morada para: 
letrasdoalva@gmail.com

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Marcelo Rebelo de Sousa vence na União de Freguesias de Torroselo e Folhadosa

Resultados finais na União de Freguesias de Torroselo e Folhadosa. Marcelo em 1.º com 177 votos, Sampaio da Nóvoa em 2.º com 85 votos.

* clique no quadro de resultados para aumentar 

Perto de 1000 eleitores votaram nas eleições presidenciais na região do Vale do Alva no Concelho de Seia.

Perto de 1000 eleitores votaram nas eleições presidenciais na região do Vale do Alva no Concelho de Seia. No total votaram 957 eleitores. Deixamos a tabela Freguesia por Freguesia. A abstenção ficou abaixo dos 50%
.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Veja um video sobre a Banda de Torroselo no canal 807311

Veja um video sobre a Banda de Torroselo comodamente no seu sofá, marcando no seu comando de televisão MEO o canal 807311. O video foi feito por ocasião do Centenário da Banda Torroselense Estrela D´Alva.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Veja o tributo que o jornal LETRAS DO ALVA fez a David Bowie

Para ver comodamente em sua casa, carregue na tecla verde do comando MEO da sua televisão e marque o canal 807311

Chuva forte e intensa faz estragos em Torroselo

A forte e intensa chuva que tem caído nos últimos dias na nossa região, tem causado alguns estragos, nomeadamente em caminhos, ruas e muros. Estas fotos recolhidas hoje de manhã mostram o aluimento de um muro dez metros à frente da rua do Monforte em Torroselo na estrada em direcção a Sandomil. As obras de remoção das pedras que resvalaram para a estrada aconteceram durante a manhã.




domingo, 10 de janeiro de 2016

LETRAS DO ALVA no canal MEO

Brevemente estaremos na plataforma MEO onde também poderá aceder às nossas noticias através da televisão marcando o canal 807311.
Nesta fase estamos a criar a programação e a colocar alguns conteúdos editoriais e noticiosos também em video.
http://kanal.pt/#!807311

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

2.ª edição do Concurso de cozinha solar

Estão abertas as inscrições para a 2.ª edição do Concurso de cozinha solar organizado juntamente entre o Núcleo Regional da Guarda da Quercus – A.N.C.N. e a Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda. Trata-se de um concurso dirigido a alunos do ensino básico e secundário. Este ano para além das escolas do distrito da Guarda o concurso foi alargado às escolas dos concelhos de Belmonte, Covilhã e Fundão. Pretende-se que sejam construídos fornos solares recorrendo preferencialmente a materiais de fácil acesso e reutilizáveis. O concurso está organizado em 3 escalões e as equipas deverão ter no máximo 3 elementos. A escola deverá decidir em que escalões pretende concorrer e selecionar, dentro de cada escalão, a equipa que representará a escola na final prevista para o dia 14 de Maio numa prova a realizar no Instituto Politécnico da Guarda. As inscrições devem ser feitas até ao dia 29 de Janeiro de 2016 e o Regulamento pode ser acedido no seguinte link http://cozinha-solar-quercus.blogspot.pt/.
O Núcleo Regional da Guarda da Quercus – A.N.C.N. e a Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda agradecem ainda ao mecenas do concurso: Firm Questions e os apoios da MoviJovem, Science4you e Via Rápida.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Deputados Luís Silva e António Amaral distribuem 500 postais de natal em Torroselo e Folhadosa

Em 2016 vão tentar distribuir 500 bolos-rei...
No passado dia 23 de Dezembro nas localidades de Torroselo e Folhadosa foram distribuídos 500 postais de natal. O objetivo desta ação de promoção do Natal nestas localidades, segundo os deputados Luís Silva e António Amaral, foi desejar as Boas Festas a todos os residentes nestas duas localidades que compõem a União de Freguesias de Torroselo e Folhadosa. Este ano quiseram os deputados com esta distribuição de postais via ctt recordar os tempos antigos em que as Boas Festas chegavam desta forma às casas ao contrário dos dias de hoje que, na sua maioria, chegam por sms ou por email, quebrando-se, dessa forma, as ligações afetivas e de proximidade entre as pessoas.
Os deputados não querem ficar por aqui e têm como objetivo, no futuro, distribuir 500 bolos-rei, sendo que, durante este ano de 2016 vão tentar angariar a ajuda de empresas e particulares que se queiram associar a essa acção para ver se conseguem concretizar esse objetivo no Natal de 2016.
in Jornal de St.ª Marinha:
http://www.jornalsantamarinha.com/breves-2/item/741-deputados-luis-silva-e-antonio-amaral-distribuem-500-postais-de-natal-em-torroselo-e-folhadosa

Grupo Recreativo e Desportivo de Folhadosa organiza Montaria ao Javali Serra da Estrela

Dia 23 de Janeiro em pleno coração da Serra da Estrela.
4 Matilhas de cães.
Zona de Caça Municipal das 7 Freguesias.
Organização: Grupo Recreativo e Desportivo de Folhadosa

Inscrições através de:
geral.grdfolhadosa@hotmail.com
- Joaquim Domingues 917 260 967
- To Abreu 963 101 995
- José Coragem 962 836 775

MAIS INFORMAÇÕES EM: 
http://www.montarias.pt/calendario-de-montarias.html?view=event&event_id=205


clique no cartaz para ampliar

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Hasta pública do Bar da Relva em Sandomil

Hasta pública do Bar da Relva em Sandomil, dia 17 de Janeiro pelas 15 horas. 
Local da arrematação: Bar da relva.

Capa da edição de Dezembro de 2015

No passado mês de Dezembro saíu a edição n.º 4 do jornal Letras do Alva.
Esta foi a capa de edição.

ENTREVISTA COM...ANTÓNIO GARCIA. O ALFAIATE.

Em 2015 efectuámos e publicámos na edição impressa do jornal, duas grandes entrevistas de "artistas" da nossa terra. 
António José Garcia é alfaiate diplomado desde 27 de Julho de 1973 pela Escola Técnica de Corte para Alfaiates e Camiseiros em Lisboa. "Tozé o alfaiate" como é conhecido, reside em Folhadosa na Rua do Coruche, uma rua estreita que dá acesso ao seu atelier junto ao largo principal da aldeia, onde cria as suas próprias peças à medida dos seus clientes. O jornal Letras do Alva veio ao seu encontro e de uma agradável conversa resultou a entrevista que vos apresentamos.

LA – António José é Folhadosense de gema?
AJ – Nascido e criado desde 1947.
LA – Há quanto tempo trabalha neste ramo da alfaiataria?
AJ – Aproximadamente há 40 anos. Aprendi com um alfaiate em S. Romão e quando tinha 32 anos estabeleci-me por conta própria também em S. Romão. Já lá vão 36 anos. Antigamente era tudo feito de forma manual, era tudo muito diferente.
LA – Teve o negócio aberto muito tempo em S. Romão?
AJ – Algum tempo, não muito porque começaram a surgir as lojas de roupa e a arte teve um declínio. A partir daí começámos a ter menos trabalho e começaram-me a procurar outro género de clientes, nomeadamente pessoas ligadas a ranchos folclóricos que me procuravam para lhes fazer os trajes. Fiz trajes para o rancho de Arganil e para tantos outros aqui do interior do País. Ainda hoje faço muitas calças, fatos já não tanto.
LA – Há quanto tempo trabalha com o burel?
AJ – Há cerca de 10 anos, desde que fracassou a alfaiataria. Participo em feiras de artesanato para divulgar o meu trabalho e arranjar novos clientes.
LA – Como surgiu a ideia de trabalhar com o burel?
AJ – Desde que fui “obrigado” a inovar.
LA – Que género de trabalhos faz em burel e quais os que mais lhe pedem?
AJ – Os trajes para os ranchos folclóricos, capas alentejanas, capas de pastores, capas para adorno de garrafas e casacos em racha.
LA – Qual a diferença entre o burel e a racha?
AJ – Há muita gente a confundir burel com tecido racha. A racha é este padrão aos quadradinhos castanhos e brancos. O burel é castanho e é mais grosso.
LA – Já fez alguma exposição dos seus trabalhos?
AJ – Pode-se dizer que sim. Já percorri muitas feiras pelo interior do País.
LA – E os fatos? Ainda faz muitos fatos?
AJ – Fatos faço poucos. As pessoas preferem comprá-los já feitos nas lojas dos shoppings. Os clientes que me pedem fatos têm uma fisionomia muito própria. Agora faço mais é calças. De qualquer maneira os meus fatos são todos feitos de forma artesanal e normalmente demoro uma semana a fazer um fato.
LA – Que outros trabalhos faz além do burel, dos fatos e das calças?
AJ – Tenho máquina de cozer cabedal. Já fiz um blusão em cabedal. Faço bainhas. Também tenho uma máquina própria para fazer bainhas. Aperto e componho fatos e outros arranjos.
LA – O seu atelier acaba quase por ser um museu ao vivo. Gosta de receber visitas? Como é que as pessoas o podem contactar?
AJ – Gosto muito de receber pessoas curiosas por saberem mais sobre a minha arte. Quem me quiser visitar basta vir até Folhadosa e perguntar pelo Tozé Alfaiate e vai-me encontrar na rua do Coruche porta n.º 2 ou então também me podem contactar através do telefone 238 901 022 que terei todo o gosto em partilhar a minha história de vida e as curiosidades da minha profissão.
LA – Sr. António foi um prazer conversar consigo e desejo-lhe muitas felicidades e sucessos para a sua vida pessoal e profissional.
Entrevistador: Luis Silva

Entrevista com Luis Mendes Martins "O sapateiro"

Letras do Alva foi ao encontro do Sr. Luis “Mineiro”. Um sapateiro de reconhecido valor pessoal e profissional. Um homem que sente Torroselo como poucos sentem. Um entusiasta que domina várias matérias. Benfiquista, músico, pensador, analista, Luis Mendes Martins é acima de tudo um homem bom. Um homem sério. Um homem sem pápas na língua. Diz o que tem a dizer, doa a quem doer. A sua pequena oficina situa-se em frente à Igreja Matriz de Torroselo. Ali já viu passar muito movimento. A rua enchia-se de gente até porque houve ali em tempos um aglomerado industrial. Hoje, passam-se dias sem ver passar viv´alma. Fomos conversar com o homem que conhece Torroselo e as suas gentes como poucos conhecem e a conversa fluiu sem olhar ao relógio. Quando demos conta já tinham passado mais de uma hora e meia de entrevista. Convidamos pois os nossos leitores a conhecer um pouco melhor o nosso amigo e conterrâneo Luis “Mineiro”
Com que idade começou a trabalhar esta arte de sapateiro e se era isso que queria?
Comecei a trabalhar esta arte depois da morte do meu pai. Tinha eu 10 anos. O meu pai quando morreu deixou 6 filhos, 3 rapazes e 3 raparigas, o mais velho era eu. O meu pai adoeceu com uma doença chamada tifo. Na altura o único médico que havia aqui era o Sr. Dr. Pina e o único medicamento que havia para tratar o tifo era um xarope e gelo que tinha de ser comprado em Coimbra. Demorava 3 a 4 dias para vir. Eu não queria ser sapateiro. O meu pai era carpinteiro e eu também queria ser carpinteiro. Não queria ser sapateiro. Todos os meus tios eram carpinteiros.
Porquê a alcunha de mineiro?
Para se perceber um pouco melhor a minha história de vida devo começar por dizer que o meu avô paterno não era natural de Torroselo. Era natural de Santa Maria de Reguengos, St.º Tirso. Era minhoto. O meu avô João Martins Marques veio para Torroselo através do avô do Eng. Rocha Fontes que era um grande industrial de Torroselo que tinha estado no Brasil na apanha dos diamantes tornando-se uma pessoa com muitas posses e que mais tarde veio criar várias indústrias aqui. Criou uma fábrica de moagens de farinha, uma fábrica de lanifícios e uma fábrica de azeite, e o homem ao criar aquelas fábricas precisava de uma coisa muito importante que era a água, mas, água não havia. Ele à conta dele já naquela altura queria ir buscar a água que vinha ali da Sr.ª do Desterro e puxá-la aqui para Torroselo para as suas indústrias só que não o deixaram. Como não lhe foi permitido e o homem tinha acabado de construir as fábricas que precisavam de água para funcionar ele teve de começar a procurar água nos terrenos dele. Procurou então um técnico que lhe fizesse exploração de águas. O chamado mineiro. O Rocha Fontes andou por aqui mas não encontrou ninguém que soubesse fazer essa exploração de águas, então soube por intermédio de alguém que havia um técnico de exploração de águas em St.º Tirso e o homem dirige-se a St.º Tirso onde trouxe de lá o João Martins Marques. O meu avô veio ainda garoto. Não conhecia o Rocha Fontes de lado nenhum. Veio e aqui ficou e posteriormente conheceu a minha avó Maria da Conceição Fernandes Figueiredo, com quem viria a casar e nunca mais voltou à terra, tanto que nós não conhecemos família nenhuma da parte do meu avô. Foi assim que o “mineiro do Rocha Fontes” ganhou a alcunha em Torroselo uma vez que era assim que o chamavam.
Sr. Luis com quem aprendeu a arte de sapateiro?
Não havia dinheiro, não havia comida. Nós fomos das casas mais miseráveis que houve aí em Torroselo. Apesar da miséria todas as famílias eram numerosas. Toda a gente trabalhava na agricultura porque não tinha mais nada e quem tinha algumas terras arrendava um bocadinho de terra com preços exagerados e pagas também em alqueires de milho. O meu padrinho Herculano era alfaiate e queria que eu fosse alfaiate mas como eu não tinha jeito não quis ser alfaiate, talvez erradamente mas entendia que não tinha jeito assim como entendia que não tinha jeito para sapateiro mas eu tinha de ir para alguma coisa. Partindo daí andava eu na escola com uma saquita rôta às costas um dia veio ter comigo o Sr. Inácio Póvoas, o chamado “sabe tudo”, que me disse: Oh Luis vais trabalhar comigo para sapateiro e nasceu daí esse interesse. Então comecei a trabalhar com ele e se a vida era complicada mais complicada ficou. Primeiro, nunca me pagou um ordenado. Estive lá 4 anos com ele, nunca me pagou o ordenado. Segundo, eu já não fazia o meu e não ganhava nenhum. Portanto eu para a minha família trabalhando mais era mais complicado. Nem ajudava a família, nem era bem para mim. Eu andava sempre revoltado porque ele tinha muitas terras para cultivar e eu durante o dia lá tinha de ir para a Fonte da ilha, a barroca da quinta, o vale do álimo, o rebolo em S. João juntamente com os homens e à noite obrigava-me a vir fazer serão para ali. Se por um lado me sentia revoltado por outro nem eu nem minha mãe já sabíamos o que havia de fazer à minha vida. Isto passaram-se mais ou menos 4 anos neste martírio quando um dia o meu primo António Pedro me disse que me ia arranjar emprego num senhor de Carragosela que me ia pagar. O meu primo foi lá a uma 5.ª feira e eu na 6.ª feira fui para lá. Cheguei bem cedo ainda o homem não estava na oficina. Bom homem que encontrei lá em Carragosela, bom patrão que encontrei. Chamava-se José. Lá abriu a oficina e perguntou-me se eu era sapateiro, com quem tinha aprendido e pergunta-me de seguida: “o que é que você sabe fazer?”. Eu ensinado pelo Pedro disse-lhe: “sei fazer de tudo”. Ora claro, não podia ser mas também não lhe podia dizer que não sabia fazer nada. O homem para me experimentar deu-me umas botitas novas de um filho, eram umas botitas que se usavam com um canito e com uma fivela e com um tacãozito que aquilo era conhecido como a bota mexicana. Ele queria que eu fizesse umas iguais. Enquanto foi aquele trabalho de palmilhas eu fui fazendo. Quando foi necessário levar à forma, pregar e inclinar aquilo custou. O homem via-me assim atrapalhado. Chegou-se o meio-dia e a bota não estava na forma. Mandou-me almoçar e depois de almoço logo se via. Lá fui comer uns feijõezitos que tinha levado e agarrei-me outra vez à bota a ver se metia a bota na forma para a pregar antes de ele vir. Depois de fazer a primeira a segunda já fiz mais rápida. Pus a bota na forma, palmilhei-a, a fazer o rasto custou um bocado mas também se fez, mas chegou-se a noite e a bota ainda estava muito atrasada e ele disse-me que já eram horas para eu me ir embora até porque o candeeiro a carboreto já estava ligado e chegava-se a noite e eu ainda tinha de vir a pé para Torroselo, mas ainda assim eu era teimoso e queria acabar a bota para demonstrar que sabia. O homem foi jantar e regressou e eu acabei as botas. Fiquei todo contente e o homem também. A minha mãe já andava à minha procura. Na altura não havia telefones, não havia nada. Ao outro dia (sábado) lá fui eu outra vez muito cedo. Quando lá cheguei o homem ainda não estava lá e quando lá chegou disse-me: “então oh Sr. Luis outra vez?”. Você ontem fez as botas e hoje o que quer fazer? O senhor. é que sabe o que me há-de dar. Ele tinha lá mais 4 empregados, e, ele ou para me experimentar ou porque não tinha confiança nos 4 empregados voltou-me a dar outras botas para fazer. Eu fiquei admirado. Aos outros não lhes dava nada. Dava-lhe uns “coisos” velhos para fazerem uns remendos ou porem uns tamancos e pouco mais e a mim mandou-me fazer outras botas. Desta vez umas botas de pneu. Como já tinha feito as outras que eram mais difíceis fiz estas muito mais facilmente.
Qual o seu primeiro ordenado?
Quando foi à noite diz-me ele: “então oh Sr. Luis quanto é que eu lhe hei-de dar?”, ou melhor “quanto é que o Sr. ganhava em Torroselo?”. O Pedro ensinou-me que quando ele perguntasse quando é que queria que eu lhe devia responder um pouco à minha maneira, mas para não lhe pedir pouco nem muito. Então eu disse-lhe “ele dava-me 10 escudos” e o homem disse-me que era muito, e que não mos podia dar. O homem começou a sorrir para mim e disse-me: “se ele lhe dava 10 escudos eu dou-lhe 11 escudos” e eu fiquei assim muito calado e muito admirado com o meu primeiro ordenado. Tinha eu 14 anos. Para mim era uma fortuna. Nunca tinha ganho um tostão em 4 anos de trabalho. Por me ver tão calado ainda me perguntou se eu estava aborrecido, se tinha achado pouco. Quando cheguei a minha casa com o dinheiro dei à minha mãe 22 escudos dos dois dias. Ela disse assim “oh meu filho então como pode ser? Enganaste o homem? Roubaste o homem? Fez ali um barulho que ainda me queria como que bater por eu ter trazido aquele dinheiro. Na segunda-feira arranco outra vez para Carragosela novamente cedo e diz-me ele para eu escolher o trabalho que queria fazer. Eu comecei a pegar nuns sapatos que lá estavam que era para modificar, comecei a pegar neles e não me disse nada. Comecei a fazer, a fazer, a fazer, e fiquei admirado ao acabar os sapatos o homem não me dizer se eu estava a trabalhar bem ou se estava a trabalhar mal, mas entendi que os outros empregados que ele tinha já não me falavam nesse dia porque eles entenderam que eu me sobrepus a eles. O Sr. Inácio voltou entretanto à carga com a minha mãe a dizer para eu voltar a trabalhar com ele que me dava mais, porque ele andava aleijado e já não podia e tanto fez a cabeça à minha mãe que tive de voltar a trabalhar para ele mesmo sem querer. Voltei a vir, foi o inferno da minha vida. Ele achou um exagero o serviço que eu fazia em tão pouco tempo e pagou-me a primeira semana. A segunda semana já me disse que me pagava para a outra.
Vocês faziam sapatos para vender ou era só reparações?
Nessa altura fazia-se de encomenda. Encomendavam umas botas, encomendavam uns sapatos, era tudo de encomenda. Para vender naquela altura não. O calçado era tudo por medida. Trabalhei sempre assim, nunca fui aquele género de feireiro, de fazer e ir vender para a feira. Como o Sr. Inácio não me pagou a segunda semana, eu na outra semana já não queria vir trabalhar. A minha mãe insistiu e voltavam a passar as semanas e voltava a não pagar. Umas atrás das outras, até que eu disse à minha mãe que já não voltava para lá mais. Fui para casa e comecei a fazer eu. Começaram pessoas a levarem-me determinados serviços a casa e eu comecei a trabalhar por minha conta. Entretanto um dia veio ter comigo o Camilo de Vila Cova chatear-me a cabeça que tinha de ir trabalhar com ele para Vila Cova e que me pagava bem. Eu não queria mas lá fui para Vila Cova. No Camilo já foi diferente porque eu ia mais evoluído. O Camilo logo me disse que era um sapateiro de fama porque ele fazia umas botas de pneu com linhas grossas e achava que eram do mais seguro que podia haver. Ninguém fazia aquelas botas como ele. O homem tinha essa ilusão. Então dá-me umas botas para fazer.
Que tipo de botas eram as que fazia para o Camilo de Vila Cova?
Eram umas botas de elásticos que os homens todos usavam aquelas botas para o campo. Quando me deu as botas ele logo disse que o calçado dele tinha garantia por dois anos, porque não há melhor calçado que o dele. Como é que ele podia garantir? Não podia garantir nada mas enfim. Deu-me uma linha de 17 fios para cozer as botas. Ora, uma linha de 17 fios era uma linha com uma grossura enorme. Era um fio de cânhamo. Na altura de palmilhar a bota com a linha de 17 fios a linha não passava porque o fio era grosso. Meti uma sovela mais grossa e então a linha começou a passar. Ele ficou todo contente. Isto é que é bota para 2 anos de garantia. Nas linhas punha-se pez de sapateiro, pez de resina até ficar preta. Numas botas que comecei a passar esta linha e que eram de pneu, ele deu conta que o pneu estava todo cortado, porque o próprio ponto fino cortava aquilo tudo. Começou ele para mim: “você desgraçou-me, porque agora não tenho cá outro pneu para por nas botas, e agora como hei-de fazer?”. Ele fez ali uma “zaragatana” mas reconheceu que o erro foi dele e aquelas botas ficaram por acabar até ele arranjar outro pneu. Quando foi ao outro dia aquela ideia que ele tinha da linha grossa já não a levou por diante. Deu-me umas botas e não me disse nada. Eu fiz a linha de 6 ou 7 fios que era a linha normal e cozi aquilo tudo e a bota ficou boa e o homem não disse mais nada. Trabalhei ali várias semanas, o homem contente e eu também contente e já me pagava mais que me pagava o Sr. Zé. Há então uma semana que calhava a festa da Sr.ª da Saúde em Valezim e então a minha mãe disse-me para dizer ao meu patrão que tinha uma promessa para ir fazer à Sr.ª da Saúde a ver se ele me deixava vir um pouco mais cedo. Como ele tinha umas botas que era para entregar em S. Romão e não havia meio de estarem prontas aquilo já terminou era quase meia-noite e a minha mãe já andava à minha procura. Acabei por lá dormir em Vila Cova. Fez-me uma camita com um bocado de caruma de pinheiro e fiquei lá até de manhã mas não dormi nada. Logo pela manhã a minha mãe a bater à porta, descompôs lá o homem. Ele pagou integralmente tudo o que tinha a pagar e eu saio dali com a minha mãe directos à Sr.ª da Saúde. Todo o caminho levei porrada e a chatear-me a cabeça. A minha vida era sempre um calvário. Já andava farto disso. Na 2.ª feira já não fui para o Camilo e disse à minha mãe que não ia para mais patrão nenhum. Agora queria ficar em minha casa porque também já me ia aparecendo serviço.
Chegou a fazer sociedade com o Sr. Pires?
Um dia apareceu-me aqui o Sr. Pires, que estava em Lisboa, era sapateiro e já trabalhava naquilo há muitos anos mais precisamente em calçado de senhora. Era portanto mais evoluído. O seu tio Antoninho que estava no Brasil mandou ir um primo seu, o Garcia, para o Brasil. Por coincidência o Garcia a ir embora para o Brasil o Sr. Pires a vir ao funeral do pai e o Sr. Albuquerque a dizer ao Sr. Pires que lhe arranjava um bom lugar para não ir mais para Lisboa e que ia para o Grémio em Seia. Ele aceitou e um dia quando veio do trabalho diz-me para eu ir trabalhar com ele porque tinha comprado a oficina ao “sabe-tudo”, ao Inácio Póvoas, e fazemos uma sociedade. O Sr. Pires ajudou-me bastante ensinando-me algumas técnicas do corte, no desenho. Ele desenhava os moldes e eu fazia. Mais tarde disse-me que eu estava pronto a tomar conta da sapataria sozinho, disse-me para ficar com ela, não quis nada, nem sei por quanto ele a comprou. Eu fiquei ali a trabalhar. Ao fim de alguns tempos e porque eu não gostava de sapateiro e tinha a ideia de emigrar, comecei a pedir cartas de chamada para o meu tio Chico no Brasil, para o filho aqui do Inácio Póvoas que também estava lá. Do Brasil não veio resposta. Ninguém me respondeu. Mandei carta de chamada para África para um primo meu o António, aqui da Zezita. Esse respondeu-me. Vivia em Benguela. Disse-me que achava muito bem eu querer emigrar mas aconselhou-me a aprofundar mais conhecimentos sobre “salto forrado” que eram sapatos de senhora e aconselhou-me ir para Lisboa aprender para junto dos irmãos dele e quando já soubesse mais então que o contactasse. Uma bela ideia.
Como é que foi a sua aventura em Lisboa?
Eu lá fui então para Lisboa com o Fernando mas a “coisa” não resultou muito bem com o Fernando porque ele era um bocado quezilento. Na altura demorava-se um dia para chegar a Lisboa. Quando lá cheguei era de noite. O homem chateou-se comigo e perguntou-me se isso é que eram horas de chegar aqui. Porque ele ia buscar o material às casas e nós fazíamos o par em casa. Como era de noite já não dava para isso. Mas eu não tive culpa. Eu saí de noite de Torroselo e cheguei de noite a Lisboa. Era assim a viagem. No fim das explicações chamou-se um táxi e fomos até à loja dele buscar uns sapatos e um recibo com o nome do comerciante que naquela altura significava um termo de responsabilidade. É como que os patrões eram o meu fiador. Lá fui com o Fernando ali a uma rua perto do elevador de Santa Justa. Eu nunca tinha estado em Lisboa. E diz-me o Fernando assim: olha vais ali aquela loja e eu vou a outra, pedes três pares e o que chegar aqui primeiro ao elevador espera. Fui então ter com o senhor, pedi-lhe os sapatos, conferi todas as peças e pronto lá fui para junto do elevador à espera do Fernando. Esperei, esperei, esperei e o Fernando não apareceu. Já era quase meia-noite e eu comecei a ficar ansioso porque não conhecia ali nada. Meti na cabeça que tinha de ir a pé para casa. Foi um erro tremendo. Meti-me a caminho e ia perguntando às pessoas com que me cruzava pelo nome da rua da casa dos meus familiares. Andava um bocado, perguntava e assim sucessivamente. Andei naquilo tempos infinitos. Podia ter chamado um táxi, apesar de não ter dinheiro comigo, mas quando chegasse a casa pedia-lhe para esperar um bocado enquanto eu lhe fosse buscar o dinheiro para pagar, mas, com os nervos não me lembrei de fazer isso. Sei que cheguei a casa do Ribeiro eram duas horas da manhã. Bati à porta. O Ribeiro nada sabia. Deu um raspanete ao Fernando e perguntou-lhe se alguém lhe tinha feito isso a ele mas que amanhã conversavam. Às 5 horas o despertador a tocar para começar a trabalhar. Quando entrou naquela parte mais técnica ele disse-me que eu tinha a mania que era um bom artista mas afinal de contas não sabia nada. Eu disse-lhe que tinha vindo para aprender e logo ali começou uma guerra desgraçada, uma grande confusão. Bom, voltámos a sair, mandou-me à loja buscar sapatos e mandou-me esperar por ele. Como ontem também me mandou esperar por ele e fez-me o que me fez, desta vez fiz o que tinha a fazer e vim-me embora para casa. Não esperei por ele. Quando ele chegou já eu estava em casa há muito tempo, já tinha muito serviço feito. Logo me voltou a chatear. É que és um primo. Amanhã às 4 horas temos de nos levantar disse-me ele. Começou a guerra logo de manhã. Porque és assim, porque és assado, já és mestre, já és isto, já és aquilo, só a chatear-me. A guerra foi tanta que, por volta das 10 horas eu lhe disse que me ia embora. Ele chateou-se com a irmã, e, o meu primo marido da irmã quis saber o que se passou. Quando soube, disse-me que eu não me ia embora para lado nenhum. Quem tinha de sair era o Fernando,e, assim foi. Mandou-o a ele embora. Fui nessa hora à procura de trabalho para mim. Chegámos junto de um Sr. que se chamava Amadeu que logo me entregou trabalho. Umas botitas que se chamavam botas mexicanas. Ele deu-me essa bota mexicana em pneu e disse-me como era bota de feira que era para fazer rápido e que me ia pagar à peça. O homem pagou sempre tudo mas eu não era aquilo que gostava de fazer. Não estava satisfeito e disse ao meu primo Ribeiro que no Amadeu não aprendia o salto forrado e eu queria aprender o salto forrado para ir para África para o primo António. Amanhã vou contigo ao Joaquim ao Vale de Santo António ao pé do meu irmão Zé. Há lá um senhor que te ensina a fazer isso. O homem aceitou-me e disse-me que em dois dias já estaria apto a fazer o salto forrado. Eu fiquei admirado. Mas será assim tão fácil? Mandou-me consertar um sapato e quando acabei o conserto o homem disse-me que já estava preparado. Ao outro dia fui com ele á loja e já fui buscar serviço para mim.
Chegou a procurar emprego através de anúncios de jornais?
Em Lisboa sim. Vi uma publicidade no jornal “O Século” a dizer “sapateiro precisa-se”. Fui ter com esse senhor à feira da ladra. Também se chamava Martins. Pediu-me os sapatos que eu levava para amostra e disse-lhe que vinha do Sr. Cardoso e ele disse-me que o serviço do Sr. Cardoso era mais especializado que o dele e sendo assim não podia ser porque não tinha dinheiro para me pagar. Eu disse-lhe que isso não importava e que também lhe podia fazer um par para ele. Ele disse-me para levar mais que um…
O Sr. Martins pagava-me a 10 escudos cada par, passou-me a pagar 15 escudos e lá comecei a trabalhar e foi aí que comecei a trabalhar no salto forrado. Estive lá 5 anos. Ao fim desse tempo eu já era muito ambicioso e já não era o Martins que me seduzia. A mim seduzia-me a “LUIS XV” era o máximo que havia em calçado de senhora eu fui para Lisboa para ser o máximo. Eu nisso não me considerava um sapateiro. Considerava-me um técnico sempre a evoluir. Eu queria o mais. Um dia disse ao Sr. Joaquim que ia pedir trabalho à Luis XV e ele disse-me que eu já estava preparado e não tinha duvida que o encarregado me dava serviço logo à primeira que visse o meu trabalho. Cheguei lá e assim foi. Mostrei o par que levava de amostra e logo me deram trabalho para trazer. Fiz os sapatos que me pediram e fui lá levar. Verificaram o meu trabalho e logo me disseram quantos pares queria levar para fazer. Eu pedia dois. Sempre a trabalhar para a Luis XV, até que, há sempre um até. Nós trabalhávamos lá mais de 100 homens mas à peça. Um dia o Simões resolveu ir às feiras internacionais e foi a Hannover. Os italianos já nesse tempo faziam calçado à máquina. O Simões viu, esperto, e comprou máquinas para fazer calçado. Quando veio de Hannover a primeira coisa que disse foi “tal dia só preciso de tantos oficiais e os outros não há trabalho para eles porque vou passar para o regime de trabalho de máquinas”. Só preciso de 10. Fez uma seleção e eu fiquei sem trabalho e mesmo em Lisboa não havia trabalho em lado nenhum. Comecei a fazer uns consertos para a Madame Francesa, para o Sr. João Brás, amigos que conhecia, ali andei até que trabalho não tinha nenhum. Decidi querer mudar de profissão. Fui ao Gaspar pedir para serralheiro, já lá tinha metido o meu irmão António, também já estavam em Lisboa as minhas irmãs e os outros meus irmãos menos o Fernando que era o mais novito. Já os tinha arrumado a todos. O Gaspar não me pôde dar trabalho. Eu disse-lhe que ia para lá de graça mas de graça ele não me podia lá ter. Eu tinha pedido ao primo Ribeiro a ver se lhe arranjava trabalho nos correios. Nos correios havia dois problemas que o Salazar era terrível. Para se arranjar um emprego tinha de se ter a 4.ª classe e ser-se tropa. Dois entraves meus. Não consegui arranjar emprego em nada por causa destes dois entraves. Nem no correio, nem na carris, em lado nenhum. Passado muito tempo e não conseguindo trabalho tive de regressar a Torroselo. Com o dinheiro que já tinha amealhado, comprei uma máquina cilíndrica e outra giratória e vim com aquela vaidade de fazer uma oficina de categoria em Torroselo. Aluguei a oficina do Zé Pina. Já fazia sapatos de senhora mas mesmo assim ao fim de algum tempo ninguém comprava nada. Entretanto já tinha 25 anos e casei-me. Fui viver para aquela cerca que mais tarde foi comprada pelo Sr. Célinho que era a casa do Coronel Sacadura. A casa estava uma miséria. Entretanto falo para comprar esta casa onde estamos neste momento. Esta mesma casa. Era do Inácio Póvoas. Ele disse-me que a vendia por 9 contos e eu por esse valor não lha comprei e fui fazer as obras lá acima na casa. Lá gastei o dinheiro todo e para lá fui viver. Entretanto a Margarida nasce e quando começou a gatinhar a mulher do Coronel Sacadura que era madeirense e um pouco tramada começou a dar raspanetes à minha mulher que a garota lhe dava cabo do jardim. Aquilo nem jardim era. Eram uns malmequerzitos e umas telhas que a garota lá brincava com aquilo sem fazer mal nenhum. Um dia vou almoçar a casa e nem de propósito, a minha mulher nunca me dizia nada mas ela já a tratava mal. Eu ia a entrar e vi-a com grandes berros para a minha mulher e perguntei-lhe o que é que se estava a passar e ela ficou calada. A minha mulher lá me disse que a D. Aldora estava a berrar porque a Margarida lhe dava cabo das flores todas. Eu aí disse-lhe que a partir de hoje a casa é sua e a menina não lhe vai estragar mais o jardim. Fui ter novamente com o Sr. António a perguntar se ainda estava a vender a casa. Disse-me que tinha a palavra dada para o Elias por 12 contos que foi quanto ele lhe ofereceu. Então dei-lhe os 12 contos e fiquei eu com a casa. Quem vivia aqui na casa era o “aviador velho, o aviadorzito”. Cheguei ao pé dele e disse-lhe que tinha de sair e tinha de ir para a casa dele em S. João. Não quis sair porque alegava que pagava uma renda. Ameaçou-me com advogados e eu dei-lhe 15 dias para sair. Quem lhe tinha arrendado a casa foi o Sabino que sem falar com o dono da casa quando foi viver para a casa onde está, pôs aqui o “aviadorzito” sem falar com o dono. Aí foi uma arma a meu favor. Fui novamente ter com o Sr. António a dizer-lhe que também eu já tinha ido falar com um advogado e ele tinha 15 dias para sair. Ao fim desse tempo se não sair arranco as janelas, as portas, arranco tudo. Passados um ou dois dias o Sr. António (aviadorzito) veio ter comigo a pedir desculpas e a dizer que está enganado mas que precisa de mais tempo para arranjar a casa em S. João para então ir para lá viver. Ao fim do tempo ele lá saíu e eu cá vim viver para aqui até aos dias de hoje.
Emigrou para Angola. Ainda lá esteve quantos anos?
Como aqui a vida não dava nada, emigrei para Angola 10 anos. Fui para Luanda. Foi o tio “Talaça” que me mandou ir e fui para ir trabalhar para o Lagos & Irmão que eram de Oliveira do Hospital que trabalhavam no ramo do café e do algodão. Então o Talaça arranjou-me para ir trabalhar para uma fazenda de café. Eu vou daqui sem saber que era para trabalhar para uma firma de café e ele diz-me para levar tudo de sapateiro. Eu levei as máquinas, levei as formas, levei tudo e lá fui eu para África. Demorei 12 dias de martírio, sempre a vomitar. Só parámos no Funchal. Estavam à minha espera o Talaça, o Pedro e outro rapaz que andava também na tropa. Lá vamos nós direitos a uma pensão chamada Stadium. Lá almoçámos, comemos e bebemos uma grande farra. O Talaça nesse dia diz que já não ia para casa e que segunda-feira tínhamos de ir aos escritórios falar com o Dr. Para ele depois me dizer como havia de fazer para ir para a tal fazenda. Já depois de comidos e bebidos vai-me ele assim: “olha segunda-feira já arrancas para a Margarida”. Quando ouvi falar Margarida eu digo assim “mas qual Margarida oh tio?”. Então o meu emprego não é em Catete ao pé de ti para a fábrica de algodão? Eu não vou para Margarida nenhuma. Diz-me ele que vou e vou mesmo porque é o emprego que ele me arranjou e já está tudo tratado como Dr. Então nesse momento disse-lhe que ia já para Portugal amanhã. Diz-me ele: isso é que era bom. Ao outro dia passou um rapaz a vender jornais, era o “Província de Angola” e pedi-lhe um. Estava lá um anuncio a dizer sapateiro precisa-se. Pedi ao tio Talaça para me lá levar aquela morada. Era então o Sr. Salvador André de Vila Nova de Foz Côa. Eu disse para ele não me fazer contrato nenhum. Eu não era empregado dele e ele não era meu patrão. Eu amanhã apareço aqui de manhã e venho à experiência. O meu tio ficou todo chateado porque tinha de dar explicações ao Dr. porque afinal eu já não queria ir e já tinha arranjado trabalho. O Dr. percebeu muito bem a minha vida e lá se compôs tudo para alívio do meu tio. Lá fui trabalhar á experiência para o Sr. Salvador. Quando lá cheguei comecei a trabalhar à minha maneira e o Sr. Salvador muito admirado a olhar para o meu trabalho. Nunca tinha visto nada igual. Uma perfeição, uma técnica nunca vista em Angola naquela altura. Disse-me que tinha lá uma revista que tinha uns sapatos e se eu lhos fazia? Pedi-lhe a revista, vi os sapatos e disse-lhe que sim que os fazia. O homem ficou admirado. Comecei a desenhar o molde, o sapato num papel, pus o molde em cima da forma, mostrei-lhe na forma se era aquilo, ele disse é isso mesmo, e pedi-lhe a pele para cortar. Ele queria ser ele a cortar a pele eu não deixei. Quem corta sou eu. Cortei o sapato, desbastei e diz-me ele que agora tem ali a costureira e eu disse-lhe que a costura também sou eu que a faço. Ficou admirado e perguntou-me se eu é que ia costurar o sapato. Tirei a minha máquina da mala, era uma máquina melhor que a dele e comecei a costurar o sapato. Diz-me ele assim “não me diga que você faz mesmo o sapato todo?”. Pois faço Sr. Salvador. Fiz-lhe o sapato e no fim virou-se para a mulher e disse-lhe “oh Noémia temos mesmo o homem que desejávamos”. Veio a questão do ordenado e o homem pensou que eu não ia aceitar a proposta dele. Pensou que não tinha dinheiro para me pagar. Ofereceu-me 2.200 escudos. Eu aceitei. O homem ia ser operado e diz que assim ia mais descansado. Quando chegou depois da operação disse-me que já não podia continuar lá comigo mas que não tinha dinheiro para me pagar. Lá resolvemos tudo como deve ser e fui-me embora. Fui ter com o Belmiro que era um rapaz do norte que tinha cá deixado mulher e filhos mas vivia com outra mulher em Angola. Nessa altura o Salazar obrigava-o a mandar o sustento para os filhos e ele nunca mandou. A Pide “pumba” em cima do Belmiro. O Belmiro andava lá em Luanda à rasca que não sabia como resolver a vida. A todo o momento podia ser preso e enviado para Portugal. O Belmiro disse-me se eu queria ficar com a casa dele, o Quim dos Santos estava ao pé de mim e disse-lhe que faziam já ali o negócio. Pediu 50 contos, eu disse-lhe que era muito mas o Quim dos Santos disse-lhe que era já negócio fechado. Deu 50 contos ao homem que se pôs logo a andar. Aquilo para ele foi um achado. E eu ali fiquei até vir.
De que forma a crise afectou esta arte?
Afectou porque hoje não há poder de compra e as pessoas compram tudo chinês sem qualidade nenhuma e o que vem para consertar é só um conserto que é uma colagem, uma capa, e, muito pouco.
Há diferenças entre os sapatos de há 20 anos e os sapatos de hoje em dia?
Hoje compra-se aquele sapato que se estraga e manda fora. Eu só há dias pus aqui umas meias solas só ao genro do meu primo Pereira. Passam-se meses sem aqui meter umas meias solas.
Qual é o serviço que mais faz?
Colados de calçado chinês, uns pontos de máquina e alargar sapatos com a máquina de alargar o sapato. Alargar sapatos é quase todos os dias porque as senhoras compram os sapatos justos. Antigamente havia o meio numero agora não há e isso acontece muito ter de alargar sapatos. Na maioria trabalho com sapatos de senhora.
Nesta região do Vale do Alva provavelmente o Sr. Luis é o único sapateiro ainda em exercício?
Provavelmente. Várzea era a terra dos sapateiros não há lá nenhum. Torroselo sem ser eu nenhum trabalha. Folhadosa nenhum trabalha. Sandomil e Vila Cova também já nenhum trabalha. Eu hoje por acaso tenho aqui 3 pares de capas para fazer pela simples razão que aconteceu um percalço a uma senhora aqui num sapato. Um cãozito deu-lhe cabo do sapato. Mordeu-lhe o sapato e está aqui um “berbicacho”.
Torroselo tal como a maioria das aldeias tem perdido população.
Nota-se isso aqui no dia-a-dia na sua rua?
Praticamente não se vê “viv´alma”. Passam-se horas, horas e horas que não passa uma única pessoa. Eu todos os dias dou uma caminhada de manhã, não encontro uma pessoa em hora e meia. Vou até ao km 88 e venho e não encontro uma pessoa. Mas isto se for a Várzea ou Folhadosa é igual.
Acha que Torroselo tem potencial para desenvolver mais iniciativas além das festas?
Eu converso todos os dias com o Sr. Lopes aqui nos balcões da Igreja, horas, horas e horas. A agricultura morreu, não dá. É cara e por vezes não paga o custo da semente, dos inseticidas e isso. Mesmo que venda não dá para os custos. A agricultura está morta. Na questão das plantações aqui a única coisa que é rentável são as oliveiras e mesmo assim dá muitos custos. Na minha ideia de ver e com os anos que já tenho e com a minha experiência de vida que tive em África, em Lisboa e por todo o lado, pensando e repensando, aqui só existindo alguém, um mecenas que investisse numa pequena empresa familiar e que fosse o suporte com ideias de algo do futuro.
Que diferenças e semelhanças vê hoje em relação há uns anos atrás relativamente à nossa Banda de Música?
A Banda para mim não vai sobreviver e não vai sobreviver nem com mecenas, nem sem mecenas. Não vai sobreviver por falta de matéria-prima, por falta de elementos. Como sabe todas as terras hoje continuam com as bandas mas têm de ir buscar garotos a outras terras e assim vão-se enganando uns aos outros, vão aguentando o que não é aguentável. Adiando a morte, uma morte lenta, mas são todas não é só a nossa banda. Você veja a banda de S. Romão é tudo uma garotada e já não são todos de S. Romão, uma terra tão grande e também tem dificuldades em arranjar elementos. Isto dá muitas despesas. Hoje até porque nem estou por dentro disso, até nem sei como estará a banda de Torroselo pagando ao mestre um valor que ninguém paga aqui na área a ninguém. Vem aqui um de St.ª Marinha que vem aqui trazer o gaz que vai de St.ª Marinha a S. Gião três vezes por semana por 300 euros por mês. Trabalha no Marques e Alves. Andei na banda desde os dez anos. Andei lá cinquenta e tantos anos. Elemento, director, dirigente, mestre e musico, fiz lá de tudo, fazer compras, ir buscar compras, sempre gratuitamente. Cheguei a ir a Salamanca comprar dois instrumentos porque poupei cem contos naquela altura nos instrumentos que comprámos lá.
Uma palavra para os Torroselenses residentes e outra para os Torroselenses emigrantes que vão ler a nossa entrevista.
Acima de tudo desejar-lhes muita saúde principalmente e a todos os familiares e que continuem bem em prosperidade nos seus trabalhos e nas suas vidas e que se pensarem vir para a nossa terra que pensem primeiro porque já não é a terra deles, a terra que os viu nascer, porque ao chegarem cá ficam pasmados, vai ser uma decepção e vai ser difícil a adaptação. Era importante que voltassem mas depois vão notar que aqui não há praticamente nada e não se vão cá aguentar. Eu vou todos os dias ao café jardim beber o meu café e pouco mais. O café jardim é o do seu primo Luis Brás lá acima. Aqui pouco mais há que fazer. Torroselo teve um erro muito grande, teimosamente foi votando em quem não devia votar e depois fomos muito prejudicados. Não se fez o que de
veria ter sido feito e hoje já não se pode fazer e aqui nunca mais se fez nada. Repare, caímos no abismo. Já não se vai fazer aqui mais nada, porque agora o que vem ultimo é que fecha a porta, mas esta porta já está estragada. Por exemplo não vos deram oportunidade a vocês, um erro enorme, um erro tremendo, tremendo, tremendo que custou caro a esta gente. Você veja neste tempo todo…zero, nada feito. Espero que Torroselo venha a ter dias muito melhores, mais prósperos para todos, mas, vai ser cada vez mais difícil.
Entrevistador: Luis Silva